Não quer engravidar? Tire suas dúvidas sobre o DIU



A palavra DIU significa Dispositivo Intra-uterino. Trata-se de uma das melhores opções para evitar a gravidez porque apresenta alta taxa de eficácia e baixos efeitos adversos no organismo. São dispositivos flexíveis, pequenos, em forma de “T”, que são colocados dentro do útero. Existem 2 tipos de DIU: o de cobre (sem hormônio) e o de levonorgestrel (com um hormônio do tipo progesterona, comercialmente chamado de Mirena®).1

diu colocado

Mecanismo de ação

Os DIUs não são abortivos ( não causam abortos). Algumas pessoas dizem que o DIU pode impedir um óvulo fecundado de se aderir ao útero, porém não há estudos que comprovem isto. O DIU de cobre libera substâncias que causam alterações no útero -endométrio e no muco cervical*, dificultando a passagem e movimentação dos espermatozóides e impedindo que eles cheguem até o óvulo para fecundá-lo. Já o Mirena® atua pela liberação contínua da progesterona dentro da cavidade uterina, hormônio que impede a ovulação, além de deixar o muco cervical mais espesso, bloqueando os espermatozóides.

Obs*: O muco cervical é uma secreção produzida pela parte final do útero, dentro da vagina. Ele muda de quantidade e qualidade durante o ciclo menstrual, especialmente no período fértil (durante aovulação).

Eficácia do DIU

O DIU é um dos métodos anticoncepcionais mais eficazes existentes atualemte . A cada 100 mulheres que usam DIU, menos de uma irá engravidar com este método. (taxa de sucesso maior que 99%)

Atenção: É importante lembrar que o DIU não protege contra doenças sexualmente transmissíveis e portanto não substitui o uso da camisinha!

Duração do DIU

A permanência deste dispositivo dependerá do tipo de DIU inserido. Os de cobre, dependendo da marca, tem duração de 5 a 10 anos. O Mirena® deve ser retirado após 5 anos de uso.

Quem não pode usar o DIU?

O DIU esta contra indicado se a mulher estiver atualmente com uma infeção pélvica ou tiver apresentado uma há menos de 3 meses, se tiver alguma doença sexualmente transmissivel, suspeita de gravidez, sangramento vaginal não investigado, tuberculose pélvica, câncer de colo de útero, endométrio ou ovário. Algumas vezes, a posição do útero, seu formato, presença de septos/aderências uterinas podem impedir ou dificultar a colocação do DIU. Os DIUs de cobre estão contra-indicados se a mulher tiver doença de Wilson pois nesta doença genética, o corpo da mulher tem dificuldade de eliminar o cobre. Ja o Mirena® não deve ser utilizado em mulheres que tem doenças graves no fígado ou câncer de mama.

Vantagens do DIU

90% das mulheres que utilizam o DIU se dizem satisfeitas. Uma das principais vantagens é que é um método duradouro, ideal para aquelas mulheres que esquecem de tomar a pílula. Além disto, o Mirena® diminui as cólicas menstruais e o fluxo de sangue durante o período mentrual. Em aproximadamente 50% das mulheres, há parada da menstruação enquanto estiver em uso do Mirena®, sendo inclusive muito usado para mulheres com endometriose. Quando o DIU é retirado, o retorno à fertilidade é rápido e ele é um método que pode ser utilizado em mulheres amamentando.

Desvantagens do DIU

O DIU de cobre pode causar aumento do fluxo menstrual e das cólicas. O Mirena® , por fazer com que o endométrio fique fino e atrofiado, pode causar um spotting ou sangramento intermenstrual em cerca de um terço das mulheres. No geral, isto ocorre nos primeiros 3 a 6 meses após a inserção do DIU. O uso de anti-inflamatórios pode ajudar a diminuir as dores e também o sangramento.

Outras complicações podem ocorrer, porém são raras:

– Expulsão do DIU: O DIU é “expulso” pelo útero. Ele pode tanto sair totalmente do útero como pode ser empurrado para baixo, porém sem sair todo para fora do útero. Isto acontece em aproximadamente 5% das mulheres no primeiro ano após a colocação do DIU e é mais comum naquelas mulheres que nunca tiveram filhos e são mais jovens, abaixo dos 20 anos.

– Infecção: o risco de infecção é maior logo após a colocação do DIU pela “subida”das bactérias da vagina para o útero no momento da colocação do DIU. Esta infecção geralmente ocorre nos primeiros 20 dias após a colocação do dispositivo.

– Perfuração uterina: algumas vezes, durante a colocação do DIU, pode ocorrer perfuração uterina. No geral isto é percebido no momento da inserção do DIU e já corrigido. Outras vezes, o DIU pode sair do útero e estar na cavidade abdominal, precisando ser retirado por laparoscopia.

Inserção do DIU

O DIU pode ser inserido no consultório. Ele pode ser colocado em qualquer fase do ciclo menstrual, no entanto, geralmente prefere-se realizar a colocação do DIU durante o período menstrual pois o colo do utero ja fica um pouco dilatado, as chances da mulher estar grávida são mínimas e é mais fácil para a paciente. A mulher ficará na posição ginecológica, é colocado o espéculo (“bico de pato”) para visualização do colo uterino. É realizado uma antissepsia, medido o útero e em seguida, colocado o DIU. No final do DIU, há 2 fios, que são cortados aproximadamente 2 a 3 cm do colo. Estes fios serão úteis para saber se o DIU esta bem posicionado futuramente e depois para retirá-lo. Após a colocação do DIU, pode-se se pedir um USG para avaliar o posicionamento do DIU dentro do útero.

diu colocado

O procedimento normalmente é rápido, não precisa de anestesia e o paciente vai para casa logo após a colocação. Pode haver um pouco de cólica após a colocação que geralmente melhora com o uso de anti-inflamatorios.

Retirada do DIU

Geralmente a retirada do DIU é simples , sendo realizada no consultório. A paciente ficará em posição ginecológica e o ginecologista, com ajuda de material adequado, puxará os fios do DIU, retirando o dispositivo. Em raras ocasiões, isto não é possível. Nestes casos pode ser necessário a realização de histeroscopia para retirada do DIU.

DIU e anticoncepção

Para todas as mulheres que não querem engravidar no momento, é sugerido conversar com o seu Ginecologista sobre o DIU. Ele irá avaliar se você é uma candidata a colocação desse dispositivo e explicar os prós e contra desse método e de outros . A decisão de qual método anticoncepcional utilizar deve ser tomada pela paciente após ser devidamente informada e orientada pelo seu Ginecologista sobre as opções disponíveis