Uma grande área de atuação da Fisiatria – Medicina Física e Reabilitação é o tratamento de Dor Crônica. A dor aguda é frequentemente uma resposta de proteção ao corpo; quando uma pessoa sente dor é um alerta de que há alguma parte de seu corpo que não está funcionando da melhor maneira e faz com que a vítima procure a cura da dor. Por exemplo: ao pegarmos uma panela quente no fogão, a dor da queimadura nos protege e rapidamente tiramos a mão do objeto. Porém a dor crônica (geralmente por mais que 3 meses) modifica os mecanismos de percepção da dor e esta deixa de ser “benéfica” e protetora e passa a ser extremamente prejudicial, atrapalhando sua vida e diminuindo, e muito, a qualidade de vida.
O indivíduo com dor crônica habitualmente tem outros comemorativos associados e que se intensificam com o estímulo doloroso constante, como a alteração do sono (este passa a ser não reparador), a alteração do humor, a diminuição do convívio social, a alteração da libido, a alteração do apetite etc. Cabe ao fisiatra identificar tais alterações a fim de aliviá-las e tratá-las, além de acabar – quando possível – a causa dar dor crônica (dar fim ao fator perpetuante).
O tratamento da dor crônica é complexo e para isso o fisiatra tem diversas ferramentas: medicação, acupuntura, eletroterapia (TENS, eletroacupuntura), ondas de choque, cinesioterapia, medicina manual, infiltrações, agulhamento seco etc. É importante dizer que o tratamento sempre tem “mão dupla”, no sentido médico – paciente E paciente – médico. É essencial que o paciente faça as recomendações e orientações dadas pelo médico e este faça o diagnóstico correto para decidir qual é o melhor tratamento para seu paciente. As dores crônicas mais frequentes no nosso meio são a dor nas costas (lombalgia), dor no ombro, no(s) joelho(s), na cabeça (cefaléia), a fibromialgia e a osteoartrose em diversas articulações. Existe também a chamada dor neuropática, bastante comum nos diabéticos e que é frequentemente associada a alteração de sensibilidade, principalmente a sensação de formigamento das pernas. É essencial aquele que sofre de dor crônica estabeleça uma relação de parceria e confiança com seu médico para que este o acompanhe e melhore ou cure esta deficiência dolorosa.