Quando conversamos com pacientes com diagnóstico de câncer de mama, é muito comum surgir a pergunta: “doutor, mas porque essa doença surgiu? Eu fiz alguma coisa que me trouxe o câncer?”
Realmente, é comum querermos buscar uma causa para uma doença tão indesejada. E, ainda que exista muito avanço quanto ao nosso conhecimento do câncer de mama, a ciência ainda não descobriu um fator determinante para o aparecimento do câncer. Acreditamos que se trate de uma doença com múltiplos fatores. Porém, sabemos que existem fatores que se associam a maior ou menor risco para a doença.
O principal fator de risco para o câncer de mama é ser mulher. Ainda que possa parecer estranho, o câncer de mama acomete 1 homem a cada 100 mulheres. Fatores associados a maior exposição ao estrógeno (hormônio feminino) também relacionam-se com maior risco para câncer de mama: início precoce da menstruação, menopausa tardia. A gestação exerce fator protetor, principalmente quando ocorre antes dos 30 anos. Outros fatores de risco são familiares com câncer de mama ou ovário, mutações genéticas conhecidas, biópsias mamárias com resultados de atipias, consumo elevado de álcool. São tantas características que existem modelos matemáticos para cálculo do risco, utilizados pelos especialistas (mastologista e geneticista).
Acompanhando o conhecimento dos fatores de risco, a ciência também evoluiu quanto às medidas redutoras de risco, as quais podem ser medicamentosas ou cirúrgicas. Quando indicado e adequadamente discutido com a paciente, podemos realizar cirurgias redutoras de risco, como a mastectomia redutora de risco – link prevenção do câncer de mama, o exemplo de Angelina Jolie, ou a ooforectomia profilática; ou indicar o uso de medicamentos, como o tamoxifeno. Lembrando-se sempre que é fundamental entender todo o contexto e desejos da paciente e de seus familiares.
Em nosso próximo texto, discutiremos sobre as modalidades terapêuticas da paciente com diagnóstico de câncer de mama.
Para saber mais sobre o Cancêr de Mama