A ejaculação precoce é a falta de controle sobre a ejaculação, que muitas vezes acontece mais cedo do que o homem ou a sua parceira desejam. Apesar de muitos homens terem orgasmo mais cedo do que gostariam de vez em quando, a ejaculação precoce torna-se um problema apenas quando acontece com freqüência e causa sofrimento ao casal. O orgasmo e a ejaculação rápida podem ocorrer em situações normais, principalmente em jovens, em momentos de ansiedade, quando há um excessivo estímulo sexual ou medo de falhar e de não corresponder às expectativas, em primeiros encontros, ou com novas parceiras. Nesses casos tratam-se de situações normais em que o homem simplesmente não consegue controlar a ejaculação que vem antes do esperado. Essa falta de controle está muito associada a fatores psicológicos e geralmente é transitória ou ocasional, não caracterizando um distúrbio clínico e sem necessidade tratamento na maioria das vezes. É uma situação comum e pode ser resolvida com orientações e dicas comportamentais. Por outro lado, o distúrbio da ejaculação precoce é uma queixa sexual crônica, que persiste no homem mais maduro, tem menor componente emocional e traz impactos negativos com sofrimento para o homem e para o casal.
Definindo o problema: A ejaculação precoce é um distúrbio clínico recorrente ou persistente e ocorre quando o indivíduo tem orgasmo com um estímulo sexual mínimo e antes do desejado, muitas vezes até antes da penetração, gerando sofrimento e insatisfação para o casal e problemas de intimidade e relacionamento conjugal. Não existe um tempo especifico para caracterizar a ejaculação precoce. Em geral, padroniza-se em trabalhos científicos uma ejaculação com menos de 1 ou 2 minutos de penetração vaginal, mas ao analisar individualmente cada pessoa não podemos definir um tempo específico a partir do qual podemos rotular se há ou não ejaculação precoce. Esse tempo é muitas vezes subjetivo e isoladamente não define o problema na prática clínica. O mais importante é a sensação de que a ejaculação foi rápida e antes do esperado a ponto de provocar insatisfação, incapacidade, ansiedade, frustração, vergonha, culpa ou diminuição da auto-estima. A presença do estigma de ter um problema sexual, o constrangimento, a falta de conhecimento e uma tendência de ignorar esse tipo de problema pode inibir o paciente de discutir a questão com seus amigos, parceira e médico. Muitas vezes os homens tem dificuldade de saber qual médico deverá consultar. Por isso há necessidade de discutir e divulgar o tema. A ejaculação precoce pode tanto existir desde o inicio da vida sexual do homem até ser um problema que não existia anteriormente e surge em uma determinada fase da vida. Nestes pode estar associado a outros problemas de saúde do homem como depressão, ansiedade, problemas hormonais da glândula tireóide, inflamação da próstata. Além disso a ejaculação precoce pode estar muitas vezes associada a um problema frequente no homem que é a disfunção erétil. Nestes casos a ejaculação precoce pode não ser um problema primário mas uma consequência de uma disfunção erétil inicial que pode ser mal percebida e erroneamente interpretada pelo homem.
Causa: Existem muitos estudos e teorias, mas a causa exata da ejaculação precoce não é totalmente conhecida. Ela não é causada por um problema físico e está envolvida com um aumento na sensibilidade no pênis e associada à alterações de mecanismos biológicos envolvendo receptores e alguns neurotransmissores como a serotonina e a dopamina. Também têm sido propostas as etiologias psicológico comportamentais. Há um papel importante na estabilidade emocional e psicológica assim como no equilíbrio e bem estar em termos de saúde global do homem e do casal. Consequentemente, o tratamento da ejaculação precoce é multimodal, abrangendo intervenções psicológicas, comportamentais e farmacológicas.
Tratamento Os pacientes com ejaculação precoce devem passar em consulta com um especialista para discutir e compreender melhor o problema e definir se realmente têm ejaculação precoce ou se apenas temem não estarem satisfazendo a parceira ou estão ansiosos e preocupados com o desempenho sexual. Além disso é importante detectar se há outros problemas urológicos envolvidos como a disfunção erétil ou a inflamação da próstata. Esses pacientes precisam ser orientados e as vezes até reeducados. Muitas vezes torna-se necessário levar a esposa a uma segunda consulta e dialogar com o urologista que tratará o casal. Assim o ele poderá caracterizar bem o problema, identificar os fatores envolvidos e ajustar a melhor modalidade terapêutica àquele casal. Pode ser necessário tanto um tratamento comportamental , por vezes até psicoterápico associado a um tratamento medicamentoso. Existem diversos medicamentos testados para tratar a ejaculação precoce. Mas de modo geral, os tratamentos medicamentosos atuais são em grande parte baseados em cremes ou sprays tópicos que diminuem percepção sensorial do pênis e na utilização dos medicamentos inibidores da recaptação da serotonina.