O que são arritmias cardíacas?
As arritmias cardíacas são distúrbios da condução do impulso elétrico do coração, que podem se manifestar como alteração do ritmo ou da freqüência cardíaca.
O sintoma mais comum associado às arritmias cardíacas é a palpitação, aquela sensação de que o coração bate muito rápido ou então muito forte especialmente após um pequeno período de pausa. No entanto, alguns pacientes podem referir também fraqueza, transpiração, falta de ar, tontura, dor no peito ou até mesmo desmaio. A gravidade da arritmia depende completamente do diagnóstico preciso e específico de cada paciente. Por isso, além da consulta com um cardiologista, pode-se lançar mão de exames complementares como eletrocardiograma, Holter, ecocardiograma, entre outros. A determinação do tipo específico da arritmia, da gravidade e dos sintomas associados vai determinar tratamento, que pode ser desde o uso de medicações até a realização de procedimentos invasivos como a ablação.
Conheça os principais tipos de taquiarritmias:
– Extrassístoles: Na grande maioria das vezes fenômenos bastante benignos, as extrassístoles são batimentos cardíacos que ocorrem precocemente, ou seja, antes do momento previsto. Em geral são secundárias a estados mais dinâmicos, quando as fibras cardíacas estão mais excitáveis. Isto ocorre mais frequentemente quando estamos mais ansiosos, desidratados, durante a atividade física extenuante, após a ingestão de doses elevadas de cafeína ou administração e estimulantes. Aí estão incluídos alguns anti-gripais, alguns antidepressivos e muitos medicamentos para perda de peso. Poucas vezes é necessário algum tratamento específico, mas quando for adequado a terapêutica é relativamente simples. É preciso consultar um cardiologista especialmente quando as extrassístoles são muito frequentes e incômodas ou quando ultrapassam 2 a 5% dos batimentos totais em um Holter (monitorização elétrica cardíaca de 24h).
– Fibrilação Atrial: A Fibrilação atrial é a arritmia com significado clínico mais frequente na população. Leia mais no texto específico seguindo este link.
– Taquicardia Supraventricular: Comum em jovens e quase sempre muito benigna, a chamada “Taqui-Supra” compreende um grupo de arritmias de apresentação súbita e resolução rápida, bastante desconfortáveis devido à elevada frequência cardíaca que atingem, mas raramente fatais. Podem atingir frequências cardíacas maiores de 200 batimentos por minuto. Podem cessar espontaneamente, após manobras específicas realizadas por um médico ou medicamentos aplicados de forma endovenosa no pronto socorro. Quando muito recorrentes, como ocorrem devido a pequenos “curtos-circuitos” elétricos, em boa parte das vezes podem ser curadas com um cateterismo específico (ablação).
– Taquicardia Ventricular: Esta arritmia é considerada grave na maioria das vezes e tem potencial de levar à morte quando não tratada adequadamente. Frequentemente leva a sintomas graves, como falta de ar intensa, dor no peito, desmaio e até parada cardíaca. Está associada muitas vezes a doença coronariana aguda, como angina e infarto, ou também a doenças cardíacas graves e avançadas. Em jovens, pode estar associada a doenças genéticas e é responsável pela morte súbita de alguns atletas que não a haviam diagnosticado. Quando identificada é normalmente necessária internação em leito monitorizado para complementação diangóstica e verificação do possível risco de recorrência e suas causas.
– Fibrilação Ventricular: É a arritmia encontrada na parada cardíaca, frequentemente ocasionada por infarto, angina grave ou doenças cardíacas avançadas. raramente reverte sozinha, sendo a desfibrilação elétrica uma das únicas formas de reversão. Como a coração fica sem batimentos, é necessário a realização de manobras de ressuscitação cardio-pulmonar para manter a perfusão coronariana e cerebral até o sucesso da reversão. Caso esta não seja realizada nos primeiros minutos após a parada cardíaca, as chances de sobrevivência tornam-se muito remotas.