Conceitos e definições
Tonsilas são órgãos linfóides responsáveis, principalmente durante a infância, pela “limpeza” e “vigilância imunológica” do trato aéreo-digestivo superior.
Temos tonsila faríngea (adenóide), tonsilas palatinas (amígdalas palatinas) e tonsilas linguais (amígdalas linguais).
Quando se fala em amigdalite, está-se referindo a inflamação das amígdalas palatinas (ou simplesmente amígdalas) que se situam na orofaringe.
A garganta ou faringe é dividida em 3 regiões: rinofaringe (onde está a adenóide), orofaringe (onde estão as amígdalas) e hipofaringe (entrada para o esôfago).
Qualquer inflamação da faringe chamamos faringite. Isto significa que uma amigdalite é também uma faringite, uma vez que a amígdalas é um órgão que se situa na orofaringe.
Hipertrofia de Adenóide
Popularmente chamada de “carne esponjosa”. Nada mais é que o “inchaço” da adenóide. Quando tal hipertrofia compromete a respiração, favorece sinusites de repetição ou provoca respiração bucal/roncos, tratamento (cirúrgico ou não) deve ser feito.
A adenoidite pode ser causada por vírus, bactérias e refluxo gastroesofágico.
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Head_lateral_mouth_anatomy.jpg
Amigdalites ou Faringoamigdalites
A amigdalite aguda geralmente cursa com febre, dor de garganta e gânglios cervicais aumentados.
Vírus como herpes simples, influenza, coxsackie, parainfluenza, adenovirus, entre outros são responsáveis por 50% das amigdalites. São, geralmente, menos dolorosas que as bacterianas e acompanhadas por coriza e dor pelo corpo.
Amigdalites virais não melhoram com antibiótico. Necessitam de suporte com hidratação, analgésicos e anti-inflamatórios.
As bactérias são responsáveis por cerca de 30% das amigdalites. Causam dor de garganta mais intensa com otalgia reflexa e a febre costuma ser mais alta que em infecções virais.
As amigdalites bacterianas podem ter complicações não-supurativas como febre escarlatina, febre reumática e glomerulonefrite e supurativas como abscessos cervicais superficiais e profundos.
Geralmente afecções das amígdalas são acompanhadas por afecções da adenóide e vice-versa. Da mesma forma, o tratamento visa melhorar a condição de ambas. Dentre os tratamentos, a cirurgia para retirada de amígdalas e adenóides, é muito frequente. Apesar de muito menos realizada do que no passado, devida a indicações mais criteriosas, é ainda a cirurgia infantil mais realizada no mundo até hoje.
Cirurgia de Adenoamigdalectomia
É feita sob anestesia geral, com o paciente intubado e ventilação mecânica.
As principais indicações são:
- Roncos, obstrução de vias aéreas e respiração bucal
- Adenoamigdalites de repetição
- Acúmulo de caseum (restos alimentares) provocando mau-hálito/halitose
- Infecções cervicais decorrentes de amigdalites
- Otites médias de repetição e crônicas
Perguntas mais frequentes:
A retirada das amígdalas e adenóide afetará a resistência da pessoa?
Resposta: É verdade que as amígdalas e adenóide contribuem para a defesa inicial do trato aéreo-digestivo. Porém, em casos de infecções, elas, ao invés de ajudar, atrapalham e funcionam como um reservatório de bactérias. Nesses casos, a retirada é bem indicada.
O que acontece se meu filho dorme com a boca aberta?
Resposta: A respiração bucal tem como consequência problemas de ortodontia, ou seja, a dentição e o crescimento ósseo crânio-facial são prejudicados. Tratamento para desobstruir as vias aéreas: hipertrofia de conchas nasais, rinite, hipertrofia de adenóide e/ou amígdalas são imprescindíveis.
A partir de que idade pode-se operar?
Resposta: Não existe idades mínima ou máxima para se operar. Mas deve-se optar pela cirurgia o mais precocemente possível para impedir as consequências negativas como alterações dentárias ou ósseas cranio-faciais antes que elas se instalem ou antes que ocorra uma complicação infecciosa mais grave.
Como é o pré-operatório?
Resposta: O pré-operatório é para rastrear possíveis alterações sanguíneas como anemia ou coagulopatias (deficiência no controle natural do sangramento operatório) ou cardio-pulmonares. Em geral, uma avaliação clínica e exames de sangue são suficientes.