Hipertensão Arterial Sistêmica

O que é pressão arterial?

O sangue, quando passa pelos vasos sanguíneos, exerce uma pressão contra a parede destes vasos. Nas artérias, que são os vasos que levam sangue do coração para os tecidos, essa pressão é mais alta, pois o fluxo é mais rápido e, seguindo o ritmo cardíaco, pulsátil. A pressão arterial sistólica é a pressão máxima que o sangue exerce nas artérias durante a contração do coração. A pressão arterial diastólica, por sua vez, corresponde à menor pressão que o sangue continua exercendo, mesmo durante a fase de relaxamento do coração, pois o fluxo continua, nunca para.

 
O que é Hipertensão Arterial Sistêmica?

A Hipertensão Arterial Sistêmica, popularmente conhecida como pressão alta, é uma condição clínica na qual o paciente apresenta persistentemente níveis elevados na medida da pressão arterial. É uma das doenças mais prevalentes no mundo e constitui um importante fator de risco para outras doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidentes vascular cerebral.

A pressão arterial convencionada como normal é 120 x 80 mmHg, também chamada de “12 por 8”. Entretanto é apenas uma média, com muitas pessoas vivendo normalmente em um patamar de risco considerado normal, com variações ao redor deste valor. No entanto, sabe-se que a incidência de doenças cardíacas e cérebro-vasculares (AVC) começa a subir já a partir deste valor. Acima de 140×90 mmHg convencionou-se chamar de Hipertensão Arterial Sistêmica, sendo valores acima de 130×85 mmHg também chamados de Pré-Hipertensão ou Hipertensão Limítrofe.Para uem tem curiosidade o termo Sistêmica refere-se às artérias periféricas, para diferenciar da Hipertensão Arterial Pulmonar, situação em que a pressão está elevada apenas nas artérias pulmonares.

 
Quais os sintomas mais comuns? E o tratamento?

Trata-se de uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Por isso é muito importante que todos os adultos façam medidas periódicas da pressão arterial com o médico para detectar precocemente essas elevações e instituir o tratamento quando indicado. O tratamento pode ser desde mudança no estilo de vida, como redução do consumo de sal e atividade física regular, até o uso de medicações específicas para cada paciente. O diagnóstico de hipertensão arterial e a indicação do tratamento devem ser feitos por um médico.

 
Mas sempre que minha pressão está alta tenho dor de cabeça… O que devo fazer?

É do conhecimento popular a frequente associação entre dor de cabeça e a pressão arterial. Hoje sabe-se que na grande maioria destes casos a relação causal é inversa: a dor de cabeça é que eleva a pressão, e não o contrário. Sabe-se que o nosso organismo libera uma série de substâncias diante de eventos dolorosos, e entre elas algumas que elevam nossa pressão arterial e frequência cardíaca. No exemplo acima, a pressão estaria elevada devido a uma enxaqueca ou cefaléia tensional. Tratando esta dor, há uma tendência forte de redução ESPONTÂNEA da pressão aos níveis basais. O uso de anti-hipertensivos nestas condições poderia levar a uma queda exagerada na pressão e causar grandes problemas.

Por outro lado, embora mais raramente, a Hipertensão Arterial pode, sim, causar cefaléia. Isto costuma ocorrer em geral apenas em níveis bastante elevados, como acima de 180×110 mmHg. Em caso de dúvida é sempre interessante procurar ajuda médica para não tratar uma situação erroneamente.

 

Ontem medi minha pressão na rua e deu 15×9… Devo correr a um pronto socorro?

Isso não costuma ser necessário. A pressão alta é mais considerada um fator de risco que uma doença propriamente dita, pois não causa sintomas e raramente tem riscos de curto prazo. Mantida nestes níveis, levaria décadas para a hipertensão causar algum poblema, sendo mais interessante uma avaliação de consultório e reavaliação cuidadosa da pressão sem pressa. Por outro lado, níveis acima de 160×100 mmHg são mais perigosos, podendo causar problemas em poucos meses, devendo-se tentar agendar uma avaliação para a mesma semana. Deve-se procurar ajuda mais imediata quando há níveis pressóricos acima de 180×110 mmHg, pois podem estar causando problemas, principalmente quando não havia nenhum diagnóstico prévio.

Deve-se lembrar que o diagnóstico de hipertensão Arterial compreende a pressão medida em ambiente controlado, com o paciente sentado, após pelo menos 10 minutos de descanso e sem ter fumado nos últimos 30 minutos, se alimentado recentemente, ou usado medicamentos que podem elevar a pressão. A medida comum de farmácia, pronto-socorro, trabalho ou rua pode ser um guia, mais jamais deve ser usado para o diagnóstico definitivo.

 

Existem outros métodos para o diagnóstico?

Hoje tem-se aplicado cada vez mais a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e a Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA). Ambos são métodos que incluem medidas repetidas em horários diversos para chegar a uma média mais representativa da realidade, evitando o chamado “Efeito do Avental Branco”. Este efeito é muito comum e corresponde ao aumento da pressão arterial somente durante a consulta médica.